g.e. Glória

Futebol



Quase finalista - Se não fosse o juíz...

Em 2004, o Glória prometia uma boa campanha no Gauchão. A direção investiu forte, mantendo nomes como o goleiro Marcão e o zagueiro Marcelo Bolacha e contratando o atacante Sandro Sotilli, goleador em 2002. Devido à fórmula, o “Leão” chegou a disputar ao mesmo tempo o Grupo 1, que reunia as duplas Gre-Nal e Ca-Ju, mais os times do interior melhor classificados em 2003, e o Grupo 2, que abrigava 14 equipes do interior. Embora o cansaço, seu futebol ganhava consistência e obteve uma das vagas para a semifinal, no cruzamento dos finalistas do Grupo 1 contra os dois melhores do Grupo 2. O adversário seria o Internacional, em partida única, no Beira-Rio, no dia 3 de junho de 2004.


Jogando em casa, o colorado começou pressionando e abriu o placar aos 11 minutos, com Oséas fuzilando Marcão de cabeça, após cruzamento de Bolívar. A partir daí, o Glória começou dominar o jogo, ocupando bem o espaço na meia-cancha, restringindo o Inter ao seu próprio campo. As chances de gol se sucediam, e começou a se delinear o grande duelo da partida: Sandro Sotilli contra o goleiro Clemer.


Nilmar está cercado. Glória jogou melhor, mas o juiz interferiu novamente.

Paralelo aos gols que Sotilli perdia ou Clemer evitava, a arbitragem começava a dar mostras para que lado pendia. Aos 30 minutos, Aldo ficou de cara para o gol, mas foi empurrado por Edinho. Pênalti, que o celebrado Carlos Simon não assinalou. Apesar do erro, o time não se abateu e aos 38 minutos, André Gheller, numa bomba da intermediária, empatou o jogo. Nas arquibancadas do Beira-Rio começavam a se ouvir vaias. Foi nesse clima, com o Glória pressionando e o Inter acuado, que terminou o primeiro tempo.


Na segunda etapa, não houve alteração substancial: o time de José Luiz Plein dominava e o Inter não demonstrava qualidade para superar a boa marcação do adversário. Sandro Sotilli e Clemer continuavam protagonizando os lances mais emocionantes, com vantagem para o goleiro colorado. Apesar do esforço dos vacarienses, o tempo normal terminou empatado em 1 a 1. Seria necessário disputar uma prorrogação.


Iniciado o tempo extra, novamente o Glória demonstrava melhor futebol. Aos três minutos, Flavinho centrou para a área e João Pedro acertou uma bela cabeçada: 2 a 1. Era o “Leão”, mais próximo da final do Gauchão do que nunca! Desesperado, o Internacional se atirou para o ataque, mas açodadamente, sem qualidade. Nas arquibancadas, a torcida xingava o técnico colorado e via a desclassificação iminente dentro da própria casa!


Então, novamente a arbitragem resolveu cruzar o caminho do Glória. Aos 9 minutos, Chiquinho, cobrando falta, levantou a bola para a área. Oséas, vendo que não iria alcançá-la, joga-se sobre Marcelo Bolacha, que abre os braços para amortecer a própria queda, no reflexo. A bola bate em sua mão e, para perplexidade de todos, o juiz marca pênalti! Apesar de toda a reclamação dos jogadores do “Leão”, a penalidade é cobrada e convertida por Vinícius: 2 a 2. Na seqüência, Simon expulsa Júnior Negrão por jogada violenta, mas omite o cartão quando Vinícius faz uma falta parecida. Abatido e com um jogador a menos, os vacarienses vêem o jogo acabar e partem para a decisão por pênaltis


História que se repete: Glória, prejudicado, reclama de Simon.

No drama das penalidades, a ironia: Sandro Sotilli, o grande goleador, desperdiça a primeira penalidade para o Glória. Tenso, André Gheller também erra. Toto converte a sua cobrança, mas o Internacional é mais eficiente e vence a disputa por 4 a 1. Nas arquibancadas, o torcedor colorado aplaude o esforço do adversário. Solidário, o grupo reúne-se em torno de Sotilli, o herói da campanha que levou a equipe ao terceiro lugar, o melhor resutado em participações no Gauchão. No Beira-Rio, todos sabiam a verdade: se não fosse o juiz, o Glória estaria na final com todos os méritos!


Ficha Técnica

Internacional:Clemer, Bolívar, Alexandre Lopes, Edinho e Vinícius; Fernando Miguel, Cleiton Xavier, Wellington (Luciano Labarthe) e Alex (Diogo); Nilmar (Chiquinho) e Oséas. Técnico: Lori Sandri.


Glória:Marcão, Flavinho Oliveira, Marcelo Bolacha, Xavier e Cristiano; André Gheller, Toto, Aldo (Luciano Sobrosa) e Fabio de Los Santos (Junior Negrão); Bebeto (João Pedro) e Sandro Sotilli. Técnico: José Luiz Plein.


Arbitragem:Carlos Simon, com Luiz Guaranha e Jose Otávio Bitencourt.
Cartões amarelos: Vinicius, Fernando Miguel, Alex, Flavinho Oliveira, Xavier e Cristiano.
Cartão vermelho: Junior Negrão
Renda e público: R$ 74.197.00, com 10.892 pagantes
Local: estádio Beira-Rio, em Porto Alegre.



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