O Grêmio Esportivo Glória tem uma grande histórica, rica em emoções e vitórias. Alguns anos foram marcantes em especial para a história do nosso clube, e eles ficaram eternizados em nossas memórias.
O Grêmio Esportivo Glória foi fundado em 15/11/1956 por um grupo de jovens desportistas, na cidade de Vacaria. A prioridade era a disputa de torneios amadores locais, mas dois de seus fundadores, Adão Vargas e João Scherer Datria, tinham dificuldades em encontrar um local para a sede do clube. Isto aconteceu até o momento em que Vargas obteve a cessão de um terreno na Rua Borges de Medeiros, no bairro que dá nome ao clube.
A segundona de 1988 possivelmente foi a mais disputada de todos os tempos: 36 equipes lutaram por duas vagas ao Gauchão. O Glória venceu as fases iniciais e apoiado em uma perfeita aliança entre clube, torcida, empresariado e poder público, partiu para a disputa do octogonal final como favorito. A largada, porém, foi preocupante, e a perspectiva do adiamento do sonho por mais um ano começava a tornar-se uma realidade.
Para a reestréia no Gauchão em 2003, a diretoria promoveu várias alterações no grupo de atletas. De início, a equipe lutou contra o rebaixamento, mas teve fôlego para recuperar-se e lutar pela classificação, terminando a disputa do Grupo 2 (que reunia as equipes do interior) em 3º lugar, insuficiente para avançar à fase final, mas o bastante para habilitar-se à disputa do Grupo 1 (o grupo dos “grandes”) em 2004.
O Grêmio Esportivo Glória foi fundado em 15/11/1956 por um grupo de jovens desportistas, na cidade de Vacaria. A prioridade era a disputa de torneios amadores locais, mas dois de seus fundadores, Adão Vargas e João Scherer Datria, tinham dificuldades em encontrar um local para a sede do clube. Isto aconteceu até o momento em que Vargas obteve a cessão de um terreno na Rua Borges de Medeiros, no bairro que dá nome ao clube.
Em 09/12/1956 o clube faz sua partida de estreia, vencendo o time da Fazenda da Ramada por 1 a 0, gol do próprio João Scherer Datria.
O time do Glória em 1957. Em pé, da esq. para a dir.: Beloni, Nédio, Valkir, Moacir, Valdir e Alípio. Agachados: Adãozinho, Pé Gelado, Bombeiro, Ricieri e Adão.
Os jogos na Borges de Medeiros prosseguem até 1959, quando ocorre a transferência para onde atualmente se localiza o Ginásio Municipal de Esportes (antigo CMD, hoje DMD), na Rua Campos Sales. Era um local difícil para jogar futebol: sem grama, bolas e chuteiras se destroçavam a cada partida. Mas o clube crescia e em 1962 consegue a doação do terreno onde hoje está seu estádio, na Avenida Militar.
Nesta mudança os próprios atletas realizaram as obras de limpeza do local, demarcaram o campo e montaram as goleiras. Estes eram funcionários de uma madeireira de propriedade do senhor Datria, o qual tinha sociedade com Eurides de Quadros. Os funcionários, por apreciarem muito o esporte deram o seu máximo para dar vida ao time e ao espaço.
Conforme Datria, os funcionários, que eram os jogadores do time, lhe pediram um conjunto de camisetas para usar nas partidas com outros times da cidade. “Por eu ser gremista, escolhi fazer as camisetas nas cores do Grêmio Futebol Porto Alegrense. Só que não encontrei no comércio de Vacaria um conjunto de camisetas com essas cores. Acabei comprando um conjunto qualquer de camisetas que encontrei.” As camisetas compradas por Datria são as da foto ao lado.
Passada a euforia inicial, os dirigentes perceberam que teriam muito trabalho pela frente: o local onde pretendiam instalar o campo era um misto de pedreira e banhado. Não desanimaram e, enquanto competiam, aproveitaram as pedras para a construção dos muros e drenagem do local. Em 1967, funde-se com a S. E. Avenida, surgindo daí a Associação Glória Avenida, que durou até 1970. Em 1971, concluíam-se a terraplenagem e o nivelamento, iniciando-se a colocação do alambrado. Em 1972 é realizado o plantio da grama e em 15/11/1973 são inaugurados o gramado e a sede social.
A nova realidade proporcionada pelo gramado facilita os trabalhos técnicos e embala os sonhos de profissionalização, com o Glória filiado à Federação Gaúcha de Futebol (FGF) desde 1964. Em 1974/75 conquista o bicampeonato citadino. Quase absoluto na cidade, o clube já podia ambicionar algo além do proporcionado pelas rivalidades locais. Em 1976, em sua estreia no profissionalismo, obtém a primeira façanha: campeão da Chave 3 da Copa Governador do Estado. Time-base daquela conquista, treinado por Araí Ribeiro: Jorge; Varela, Bressan, Sergião e Nílson; Oreco, Ferreira e Renatinho; Serração, Ademir e Pinca.
Licenciado nos anos seguintes, o “Leão” volta a disputar certames profissionais da FGF de 1979 a 1981, ano em que novamente interrompeu suas atividades e retornou ao amadorismo, no qual conquistara vários títulos desde sua fundação. Em 1983/84 volta a ser campeão citadino. Enquanto isso projetava-se a reestruturação do Departamento Profissional, reativado em 1985, quando passa a disputar a terceira divisão, mesmo ano da inauguração do sistema de iluminação de seu estádio.
Em 1986, com a extinção da terceirona, ocorre a promoção à segunda divisão. Embora realizando boa campanha naquele ano e em 1987, faltava ao clube experiência para enfrentar os desafios de um campeonato tão disputado. Mas todos na cidade sentiam que o Glória reunia condições para alçar vôos mais altos e almejar a divisão principal.
Fonte: Jornal Correio Vacariense
Uma das formações do Glória na disputa da Copa Governador de 1976. Em pé, da esq. para a dir.: Nílson, Varela, Jorge, Sergião, Oreco e Fuminho. Agachados: Ferreira, Marinho, Renatinho, Pinca e Rogério
O time que do amistoso da inauguração dos refletores, em 1985. Em pé, da esq. para a dir.: Renatinho, Didier, Rui, Pedrinho, Osmar e Valdecir. Agachados: Nilzo, Gilmar, César “Vaquinha”, Mauro e Carlinhos.
A segundona de 1988 possivelmente foi a mais disputada de todos os tempos: 36 equipes lutaram por duas vagas ao Gauchão. O Glória venceu as fases iniciais e apoiado em uma perfeita aliança entre clube, torcida, empresariado e poder público, partiu para a disputa do octogonal final como favorito. A largada, porém, foi preocupante, e a perspectiva do adiamento do sonho por mais um ano começava a tornar-se uma realidade.
Foi quando a direção contratou o técnico Daltro Menezes. Experiente e folclórico, o “Gordinho” deu ao time a confiança necessária para a vitória, que veio de forma definitiva na tarde de 27.11.1988, quando a cidade parou para ver o Glória golear o Ypiranga por 3 a 0 e conquistar o título da Divisão Especial de 1988. Durante o octogonal, o time-base teve: Gasperin; Betão, Chimbica, Chicão e Francisco; Alemão, Plein, Hélder e Edmundo; Zé Carlos e Marcos Toloco.
O grupo campeão da Divisão Especial de 1988. Acima, da esq. para a dir.: Zé Roberto, Zé Moraes, Renato Lima, Chimbica, Didier, Cigano, Gasperin, Luiz Carlos e César “Vaquinha”. Em pé: Beto Almeida (Aux. Técnico), Daltro Menezes (Técnico), Ricardo, Herman, não identificado, Zé Carlos II, Plein, Chiquinho, Zé Carlos, Marcos Toloco, Élder, não identificado, Betão e Antônio Soares dos Santos (Dir. Administrativo). Agachados/sentados: Chimia, Nestor (Massagista), Edmundo, Chicão, Jorginho, Faller, Élton, Francisco, Áureo e Edu Chaves (Supervisor).
O grupo 4º colocado no Gauchão de 1989. Em pé, da esq. para a dir.: Zé Roberto, Paulão, Garcia, Paulo Santos, Vladimir, Didier, Edmundo, Gasperin, Zé Cláudio, Gilberto, Ricardo, Daltro Menezes (Técnico), Hamilton (Prep. Físico), Josimar Pilar (Dir. de Futebol), Alexandre Pilar e Antônio Soares dos Santos (Dir. Administrativo). Ajoelhados: Francisco, Zé Carlos, Áureo, Juarez, Rubinho, não identificado e Edmílson. Sentados/agachados: Jorginho, Branco, Jair, Élder, Chimbica, Edu Chaves (Supervisor) e Nestor (Massagista).
Com a vaga assegurada, era necessário preparar-se para a estréia na elite. Manteve-se Daltro Menezes e reforços foram trazidos. A expectativa era imensa, mas a equipe correspondeu ao que dela se esperava: o Rio Grande conheceu o estilo Glória de jogar futebol, feito de muita determinação e espírito de grupo, mesclando a experiência do veterano Gasperin com a raça do jovem atacante Zé Cláudio e com a qualidade de Branco e Edmundo, um dos remanescentes de 1988. Foram dias de Glória! O reconhecimento nacional veio rápido: a revista Placar, na edição 981, dedicava duas páginas à excelente campanha do time no campeonato gaúcho.
As Partidas memoráveis foram disputadas, como o Internacional X Glória de 09.03.1989, quando os vacarienses encurralaram o adversário em seu próprio terreno e só não saíram vencedores devido à má-arbitragem. Ou como o Glória X Grêmio de 30.04.1989, em Vacaria. Naquele dia, um Grêmio em crise subiu a Serra com a obrigação de vencer, sob pena de eliminação. Em um duelo dramático e tumultuado, o tricolor arrancou suados 2 a 1, no jogo que ficou conhecido como “A Guerra de Vacaria”.
Após um começo empolgante do “Leão”, valeram a experiência e a tradição das outras equipes. Bravamente, o Glória terminou o campeonato no 4º lugar, feito notável para um estreante. Time-base durante o Gauchão, e o melhor da História do clube: Gasperin; Paulão, Vladimir, Juarez e Francisco; Edmílson, Jair, Branco e Edmundo; Geraldo e Zé Cláudio. Campanha: 26 jogos, 7 vitórias, 13 empates e 6 derrotas, 27 gols a favor e 26 gols contra.
O bom resultado no estadual valeu o convite para disputar a Divisão Especial brasileira, mas a equipe foi eliminada na primeira fase. A irregularidade refletia a perda de jogadores importantes: Gasperin encerrara a carreira, enquanto Branco, Edmundo e Zé Cláudio deixaram Vacaria. De qualquer forma, o discreto 34º lugar entre as 96 equipes da segundona brasileira representou a primeira experiência do time vacariense em competições nacionais.
A década de 90 iniciou com a expectativa de uma nova boa campanha no campeonato gaúcho. A ampliação das sociais do Altos da Glória permitia maior conforto ao público, e uma boa parte delas já era provida de cobertura. Apesar do esforço dos dirigentes, em 1990 o time lutou contra o rebaixamento, terminando a competição em 9º lugar e com um futebol muito aquém do apresentado em 1989.
A estrutura consolidada permitiu a realização de boas campanhas nos anos seguintes, e o Glória finalizou em quarto lugar na Copa Governador de 1991 e em sétimo no Gauchão de 1991 e de 1992, quando teve o vice-goleador, Amarildo, com 12 gols. Em 1993, embora não chegando à fase decisiva, obteve o primeiro triunfo sobre a dupla Gre-Nal: vitória de 3 a 1 sobre o Inter, em Vacaria.
O grupo do Glória em 1996. Em pé, da esq. para a dir.: Beto Almeida (Técnico), Jair (Roupeiro), Vadico (Supervisor), Pessali, Luiz Carlos Winck, Otto, Sandro, Carlos, Magero, Júlio Lírio, Toni, Aguiar, Géverton, Edu Chaves (Supervisor) e Vilson Costa (Prep. Físico). Agachados: Marcos Toloco, Carioca, Marcelo Sé, Marcelo Prates, Dejai, Hélcio, Toninho Paraná, Uana, Flavinho Oliveira, Luiz Ernesto, Alex, Miranda, Faíska e Alexandre.
O grupo 4º colocado no Gauchão de 1989. Em pé, da esq. para a dir.: Zé Roberto, Paulão, Garcia, Paulo Santos, Vladimir, Didier, Edmundo, Gasperin, Zé Cláudio, Gilberto, Ricardo, Daltro Menezes (Técnico), Hamilton (Prep. Físico), Josimar Pilar (Dir. de Futebol), Alexandre Pilar e Antônio Soares dos Santos (Dir. Administrativo). Ajoelhados: Francisco, Zé Carlos, Áureo, Juarez, Rubinho, não identificado e Edmílson. Sentados/agachados: Jorginho, Branco, Jair, Élder, Chimbica, Edu Chaves (Supervisor) e Nestor (Massagista).
Um ano depois, o “Leão” teve o melhor desempenho desde 1989, conquistando a quinta posição, uma à frente do Grêmio. Também em 1994, venceu pela primeira vez o tricolor, então campeão da Copa do Brasil, por 2 a 0, em jogo disputado no “Alçapão da Militar”. Em 1995, embora não tenha avançado no Gauchão, venceu a seletiva e conquistou o direito de disputar a Série C do Brasileiro, do qual abriu mão. Em 1996, uma boa equipe, que contava com os “canarinhos” Luiz Carlos Winck e Hélcio, além de Marcos Toloco, veterano da conquista de 1988, finalizou na sexta colocação.
Embora não realizando uma boa campanha no primeiro semestre, 1997 viu o Glória conquistar o vice-campeonato da Copa Galego, que reunia equipes do interior gaúcho. Na finalíssima, disputada em Vacaria, empate em 1 a 1 com o São Luiz. Time do Glória naquela partida, orientado por Alberto Monteiro: Magero; Lelo, Pessali, Aguiar e Márcio; Uana (Marcelo Bolacha), Jorginho (Tiongo), Giovani Melo e Sandro; Tuto e Lela (Dejai).
Na temporada de 1998, a frustração: após dez anos na elite, uma sucessão de maus resultados determinou o rebaixamento à Divisão de Acesso. O vice-campeonato da Copa Galego permitiu que a equipe seguisse na competição para ser eliminada somente pelo campeão Juventude, mas a má-fase era evidente: terminou em último na Copa Abílio dos Reis.
Rebaixado em 1998, restou ao Glória a disputa da Divisão de Acesso. Apesar de lutar com muita bravura pelo título em 1999 e 2000, o time terminou as duas temporadas em 3º lugar, o que não garantia a volta ao Gauchão. Melhor sorte não teve em 2001, quando uma campanha empolgante na primeira fase não se confirmou no decorrer da competição. Ainda assim, o Altos da Glória registrava uma das melhores médias de público entre os participantes.
Para a disputa da segundona de 2002, muitos reforços foram trazidos, mas a principal contratação estava no banco: Nestor Simionatto, especialista em levar clubes do interior gaúcho à primeira divisão, assumiu como treinador. Com ele, cresceu a confiança da torcida, que ganhou, no começo do ano, a cobertura das gerais do estádio da Avenida Militar.
As gerais do Altos da Glória com a cobertura
Os heróis da volta à primeira divisão. Em pé, da esq. para a dir.: Márcio Vitória (Prep. Físico), Marquinhos, Rondinelli, Careca, Douglas, Marcelo Bolacha e Elói. Agachados: Bodanesi, Ricardo, Adailton, Edinho, Tiganá e Edu Chaves (Supervisor)
O time realizou uma campanha convincente nas duas primeiras fases da competição e chegou ao hexagonal final como favorito, mas a forte disputa quase impediu o “Leão” de retornar à elite. Felizmente, graças a uma improvável combinação de resultados, pôde disputar a segunda vaga ao Gauchão 2003 contra o Brasil de Pelotas em dois jogos-desempate. Venceu o primeiro em Vacaria (3 a 1) e obteve a classificação com o heróico 1 a 1 na casa do adversário, tomada pela fanática torcida xavante. Time-base: Rondinelli; Adaílton, Davi, Marcelo Bolacha e Gérson; Careca, Ricardo, Douglas e Bodanesi; Assis e Marquinhos.
Para a reestréia no Gauchão em 2003, a diretoria promoveu várias alterações no grupo de atletas. De início, a equipe lutou contra o rebaixamento, mas teve fôlego para recuperar-se e lutar pela classificação, terminando a disputa do Grupo 2 (que reunia as equipes do interior) em 3º lugar, insuficiente para avançar à fase final, mas o bastante para habilitar-se à disputa do Grupo 1 (o grupo dos “grandes”) em 2004.
A segundona de 1988 possivelmente foi a mais disputada de todos os tempos: 36 equipes lutaram por duas vagas ao Gauchão. O Glória venceu as fases iniciais e apoiado em uma perfeita aliança entre clube, torcida, empresariado e poder público, partiu para a disputa do octogonal final como favorito. A largada, porém, foi preocupante, e a perspectiva do adiamento do sonho por mais um ano começava a tornar-se uma realidade.
Disputando os grupos 1 e 2 do Gauchão, o “Leão” sofreu um grande desgaste. No primeiro, chegou às semifinais contra o Grêmio, sucumbindo devido à maratona a que foi submetido. O calendário insano quase comprometeu o desempenho no Grupo 2, mas o time teve forças para obter a vaga à semifinal, superando todas as dificuldades.
Classificado, o Glória credenciou-se para enfrentar o Internacional no Beira-Rio, em jogo único. Em um confronto épico, decidido pênaltis (tempo normal, 1 a 1; prorrogação, 1 a 1), e com a influência da arbitragem, que prejudicou os vacarienses, o “Leão” sucumbiu. A despeito da indignação com o “roubo”, a terceira colocação alcançada significou o melhor desempenho do clube no Gauchão. O goleiro Marcão foi indicado como um dos melhores goleiros da competição, e Sandro Sotilli, artilheiro do campeonato com 27 gols, eleito o melhor jogador do Gauchão. A equipe-base dessa grande campanha, treinada inicialmente por Bagé e depois por José Luiz Plein, teve: Marcão; Flavinho Oliveira, Marcelo Bolacha, Xavier e Cristiano; André Gheller, Toto, Aldo e Rodrigo Gasolina; Bebeto e Sandro Sotilli.
O Glória, terceiro no Gauchão de 2004, no jogo contra a ULBRA em 18/04/2004. Em pé, da esq. para a dir.: Dudu Gasperin (Prep. Físico), Rafael, André Gheller, Toto, Marcelo Bolacha, Cristiano e Luciano Sobrosa. Agachados: Bebeto, Rodrigo Gasolina, Xavier, Sandro Sotilli, Flavinho e Edu Chaves (Supervisor).
Em 2005, o comando técnico foi novamente entregue a Bagé, que manteve boa parte da excelente base montada no ano anterior. Novamente o Leão realizou uma grande campanha e repetiu o terceiro lugar no Gauchão. Além disso, pela primeira vez derrotou um time da dupla Gre-Nal atuando em Porto Alegre: 3 a 1 sobre o Inter em pleno Beira-Rio. Time-base: Marcão; Marcelo Bolacha, Xavier e Pansera; Flavinho, Carlão, Júnior Negrão, Rodrigo Gasolina e Marcelo Müller; Gustavo e Jajá. A boa campanha no regional valeu vaga para disputar a Série C do Brasileiro, depois de 16 anos distante das competições nacionais, finalizando em 20º lugar.
Assim é o Grêmio Esportivo Glória: um clube pequeno, mas com vários momentos de dignidade e brilho em sua História. Ganhando ou perdendo, é considerado por todos que tiveram a oportunidade de enfrentá-lo um adversário de respeito, com equipes aguerridas e um patrimônio que pode ser considerado de exceção entre as agremiações do interior gaúcho.
A campanha da segundona gaúcha de 2015, também se destaca entre as mais belas do Grêmio Esportivo Glória. Num campeonato em que a Federação Gaúcha de Futebol rebaixou três times da primeira divisão e subiu apenas um, o Glória conseguiu superar a todos e trazer a vaga para a cidade, depois de oito anos. Além disso, o Leão da Serra foi campeão em número de pontos e também teve o melhor ataque.
Com um time mais forte e com jogadores preparados para enfrentar a realidade cruel e as dificuldades do campeonato, o time conquistou a Divisão de Acesso em 2015. Nomes como Luiz Carlos Vieira Júnior, Jarbas Fernandes – o Jajá, Ronaldinho Gramadense e Germano Ferreira e Vinícius Chimbica (os filhos da casa) e o destaque Alê Menezes, fizeram a diferença nos acirrados e angustiantes jogos da temporada.
Fonte: Jornal Correio Vacariense
Capitão e destaque do Glória na Campanha de 2015, Alê Menezes, levanta a taça de Campeão da Divisão de Acesso – Foto: Danilo Ciotta
Time que disputou a Divisão de Acesso 2015 e levou a única vaga do Gauchão 2016 – Foto: Danilo Ciotta
Sandro Sotilli, o melhor do Gauchão 2004
Num domingo de sol, mas muito frio, o Estádio Altos da Glória fervia com os gritos da torcida e com as arquibancadas lotadas. O jogo, que começou às 15h30min, iniciou tenso para ambas as equipes, mas aos 11 minutos o juiz do quadro da FIFA, Anderson Daronco, marcou pênalti para o Glória. Ronaldinho Gramadense tirou o goleiro e abriu o placar. Com mais posse de bola, o time da casa insistia nas jogadas de longas distâncias, tanto que foram marcados dois impedimentos. Só que, aos 38 minutos, numa dessas bolas, Germano chutou fraco e marcou o segundo gol. A vitória parecia consolidada.
Na segunda etapa, a equipe do Guarani de Venâncio Aires tentou uma reação e conseguiu um pênalti, num toque de mão. Paulinho Simionato descontou. O jogo voltou a ficar tenso e as atenções também voltavam-se ao jogo de São Gabriel. A cada gol do time da fronteira, ouvia-se a vibração da torcida. O Glória podia, então, até mesmo empatar que seria campeão. Muita tensão e faltas marcaram a segunda etapa e possibilidades de gols de ambos os times, até que o Glória conseguiu voltar a ter mais a posse de bola e fazer o tempo correr. Com o acréscimo de três minutos, a torcida cantava “O Leão Voltou” e “É Campeão”. Os jogadores reservas, comissão técnica e direção pediam o fim da partida, por 2×1 diante do Guarani-VA.
Com o apito do árbitro todos invadiram o campo e a torcida fez a festa. Os jogadores correram até a torcida Ultras para agradecer, jogavam para o alto o presidente Décio Peixoto Camargo, a quem confiaram a responsabilidade do resultado, fizeram a volta olímpica com a taça de campeão e rezaram ajoelhados no centro do campo.
Após as comemorações no estádio, os jogadores subiram no caminhão dos Bombeiros e foram festejar pelas ruas da cidade, que estavam tomadas de torcedores buzinando, soltando foguetes e vibrando com a volta do Glória para a primeira divisão do futebol gaúcho. Num campeonato em que a Federação Gaúcha de Futebol rebaixou três times da primeira divisão e subiu apenas um, o Glória conseguiu superar a todos e trazer a vaga para a cidade, depois de oito anos. Além disso, o Leão da Serra foi campeão em número de pontos e também teve o melhor ataque.
Torcida Ultras do Glória levantou o time na final da Divisão de Acesso 2015 – Foto: Danilo Ciotta
Presidente Décio Camargo foi ovacionado pela torcida e pelos jogadores após o resultado da partida – Foto: Danilo Ciotta
Polêmico e disciplinador, o arbitro Anderson Daronco, que faz parte do quadro de árbitros da Fifa e sempre nas escalas do Campeonato Brasileiro, veio a Vacaria para apitar a final da Divisão de Acesso, o que demonstrou o cuidado da Federação Gaúcha para que tudo corre bem durante o jogo final. O juiz impôs seu jeito de apitar já no início da partida, quando do pênalti para o Glória, em que o goleiro do Guarani tentava provocar o batedor. Daronco foi até ele e disse que o mesmo deveria ficar em sua linha de posição, e com gestos demonstrou não tolerar qualquer provocação. Da mesma forma, deixava claro aos técnicos dos dois times que os mesmos tinham limites para a reclamação e não fosse isso, expulsaria os mesmos do banco de reservas. Apesar disso, Anderson demonstrou estar habituado ao Gauchão e até mesmo à Série B.
Décio Camargo esbanjava sua simplicidade e se fazia igual a cada um dos integrantes de sua equipe. Muitos foram os desafios enfrentados para que o time, pela terceira vez retornasse à série A dos clubes brasileiros.
Um dos principais fatores determinantes desta conquista, com certeza, foi o carisma do presidente Décio Camargo, que esteve incansável na sua função, cumprindo com muita dedicação todas as funções que o cargo exige, dentre elas, chamar, convocar, atrair, arrebatar cada cidadão vacariense para empurrar o Glória até o final desta vitoriosa etapa. Na maioria das partidas realizadas em casa as arquibancadas estavam praticamente lotadas, e sempre que possível, nos jogos fora, a companheira torcida se fez presente.
O cargo é pouco para definir a representatividade de Décio Camargo, e não se trata da opinião de um ou de outro torcedor, também de ex-dirigentes, comissão técnica, atletas e de qualquer pessoa que entenda de futebol. No segundo ano como presidente do clube ele conseguiu o grande objetivo de trazer de volta a alegria para Vacaria, com o acesso para a série A, estando agora na primeira divisão do futebol Gaúcho 2016.
No dia da decisão, Décio salientou sua emoção em ver o estádio lotado, todos unidos pelo mesmo objetivo. “Não sei explicar o sentimento, foi um momento mágico. A torcida estava ansiosa por este dia e nos deu mais um voto de confiança. Com certeza minha maior satisfação foi ver o povo feliz. Sou simples, sempre foi meu jeito e tenho certeza que esse fator me uniu mais ainda à torcida. Nunca gostei de assistir jogo em camarote prefiro ficar na beira do campo ou no meio da torcida”.
Entre os vários momentos de emoção daquele domingo, um deles, foi ouvir o nome do presidente gritado e aclamado pela torcida que lotava o estádio. “Um dos momentos mais lindos que vou levar sempre comigo foi ver o Altos da Glória superlotado e o meu nome aclamado por torcedores e atletas. Com certeza foi a recompensa de um trabalho que consistiu em reunir forças para recuperar a fibra do clube. Meu objetivo sempre foi puxar todos para dentro do Glória e formar uma família com jogadores e comissão técnica. Este último jogo foi uma emoção muito grande. É algo que me lembra um filme: vivi a vida inteira para chegar neste momento. Ser amado pelo seu povo é incrível.”
Antes de qualquer partida o presidente seguia um ritual, abraçar um a um os atletas antes da bola rolar. “No clube não tem novidade, você tem um centroavante de referência, dois jogadores de velocidade, um meia articulador e uma zaga segura. O que pode fazer de diferente? Trabalhar a parte motivacional e trazer os jogadores para lutar junto conosco. Aqui o presidente não está acima de nada”.
Além da excelente campanha do time do Glória no ano de 2015, um fato inusitado também foi a alegria para todos os torcedores. O personagem do Leão do Glória animou a garotada durante todo o campeonato. O Leão entrava em campo todos os jogos com o único objetivo de alegrar e erguer a torcida.
O “artista” por trás do mascote, Fernando Maciel, mais conhecido como Fernandinho, tornou-se o Leão a partir de um convite do presidente Décio Camargo.
Na temporada toda, ele fez diversas peripécias tornando-se uma das peças principais. Fernando ressaltou o quanto foi gratificante para ele esse papel que honrou até o último minuto. “O prazer foi maior que o sacrifico, o presidente Décio me incumbiu esta missão e abracei com vontade. Muitas vezes tinha medo de pecar pelo exagero, mas ouvia a aprovação da maioria e deu no que deu. Os episódios aconteciam naturalmente, com muitas histórias para contar, histórias alegres e tristes também, foi muito emocionante”.
Maciel falou ainda da dificuldade que teve no início, mas que logo se acostumou e hoje já faz parte dele esse personagem. “No inicio foi tenso, porém tive um desprendimento natural, fui conseguindo me soltar aos poucos, de repente pela bagagem do meu antigo emprego como vendedor. Incorporei o personagem e hoje não sei ficar sem ele. O campeonato acabou, mas estou realizando visitas nas escolas, os convites estão surgindo e eu estou passando uma mensagem bacana para a garotada”.
Fonte: Jornal Correio Vacariense
Além da excelente campanha do time do Glória no ano de 2015, um fato inusitado também foi a alegria para todos os torcedores. O personagem do Leão do Glória animou a garotada durante todo o campeonato. O Leão entrava em campo todos os jogos com o único objetivo de alegrar e erguer a torcida.
O “artista” por trás do mascote, Fernando Maciel, mais conhecido como Fernandinho, tornou-se o Leão a partir de um convite do presidente Décio Camargo.
Na temporada toda, ele fez diversas peripécias tornando-se uma das peças principais. Fernando ressaltou o quanto foi gratificante para ele esse papel que honrou até o último minuto. “O prazer foi maior que o sacrifico, o presidente Décio me incumbiu esta missão e abracei com vontade. Muitas vezes tinha medo de pecar pelo exagero, mas ouvia a aprovação da maioria e deu no que deu. Os episódios aconteciam naturalmente, com muitas histórias para contar, histórias alegres e tristes também, foi muito emocionante”.
Maciel falou ainda da dificuldade que teve no início, mas que logo se acostumou e hoje já faz parte dele esse personagem. “No inicio foi tenso, porém tive um desprendimento natural, fui conseguindo me soltar aos poucos, de repente pela bagagem do meu antigo emprego como vendedor. Incorporei o personagem e hoje não sei ficar sem ele. O campeonato acabou, mas estou realizando visitas nas escolas, os convites estão surgindo e eu estou passando uma mensagem bacana para a garotada”.
Fonte: Jornal Correio Vacariense
O mascote sempre descontraindo os profissionais que iam ao estádio a trabalho – Foto: Danilo Ciotta
O leão levou a criançada em peso para os jogos em 2015 – Foto: Danilo Ciotta